sexta-feira, julho 14, 2006

Day Of The Dead em entrevista

Descobri por acaso uma entrevista feita aos portugueses Day Of The Dead pelo site brasileiro "Fuckkk The System"...

Falam um pouco sobre o historial da banda, do movimento straight edge e das relações com contactos brasileiros, inclusive referindo a tournée agendada (já efectuada, entretanto, foi feita uma referência aqui no Billy News, na altura).

Podem ler a entrevista, clicando em "Comments" já abaixo...

1 Comments:

Blogger Billy said...

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# 003 - DAY OF THE DEAD (Portugal)
Janeiro/2006


O DAY OF THE DEAD é uma banda straight edge portuguesa que existe desde 2001 e, de acordo com eles, é "uma arma para expressar seus sentimentos pessoais e crenças". Representados no Brasil pela Caustic Records, estão lançando 'Old Habits Die Harder', trabalho que brevemente estarão divulgando aqui no nosso país. Fizemos contato com Nuno que, num típico "português de Portugal", respondeu as nossas questões (ao longo do texto, algumas particularidades do idioma deles foram mantidas, reparem) e falou sobre o momento atual da banda, futuros lançamentos, bandas brasileiras que fazem sucesso por lá e a expectativa dos shows do Day Of The Dead por aqui em janeiro de 2006. Com vocês, Day Of The Dead.

» Entrevistado: Nuno (guitarra)
» Entrevista por: Alessandro Ferrony
» Fotos: Divulgação



Nuno, apresente a banda para os fãs brasileiros.

Então, o Day Of The Dead é composto atualmente pelo Ricardo na voz, eu
(Nuno) e Chad nas guitarras, o Luís no baixo e o João na bateria.



O disco 'Old Habits Die Harder' está sendo lançado no Brasil pela Caustic. Vocês que ficaram sabendo da existência do selo e mandaram material ou foi o contrário?

Penso que conhecemos o selo através do primeiro lançamento deles, que curiosamente foi o primeiro CD do Odissey, o Eleven Reasons To Live. Como gostávamos bastante da banda e do lançamento em si, e como estávamos também procurando lançar o Old Habits na América do Sul, entramos em contato com o Fábio da Caustic, e algum tempo depois, após algumas trocas de e-mails, chegamos a um consenso e acabamos por lançar o disco aí através da Caustic. Não podia ter corrido melhor.




Esse disco foi gravado no começo de 2003. Quando teremos um novo lançamento do Day Of The Dead?

Vão sair dois discos novos já no início de 2006. Um split 7" com o Ruiner, uma banda norte-americana com quem estivemos em turnê no passado mês de junho. Esse disco sairá através do selo alemão Vendetta Records. Vai também sair nosso primeiro full lenght, intitulado 'A New Healing Process', que sairá em CD no primeiro trimestre do próximo ano, através de um selo norte-americano chamado State Of Mind Recordings.




São apenas oito faixas. Vocês chegaram a gravar mais material que ficou de fora do lançamento original?

Não. O CD contém realmente todas as faixas dessa gravação. Gravamos simplesmente as faixas que tínhamos disponíveis na época. Saiu na Europa uma versão limitada em 7" (através do selo português Best Times Records) que continha somente seis das oito faixas do CD. Pouco tempo depois gravamos três temas (dois originais e um cover do Black Flag) que saíram numa compilação chamada This Is Our Time, através de um selo belga chamado Still Holding On Records. Nesse CD, além do Day Of The Dead, você pode também encontrar outras bandas como o Odissey, o Pointing Finger (também de Portugal), o OnXAlert (E.U.A.), o Reconcile (Argentina) e o Cinder (Espanha).




A formação que gravou esse trabalho é diferente da atual. Por que houve a troca de integrantes do grupo?

Porque, como já nos tinha acontecido anteriormente, quando as coisas não estão a funcionar, você precisa mudar. Por vezes os objetivos, as vontades e os caminhos deixam de ser os mesmos. Neste caso falo mais a nível de dedicação ou direção musical. Foi isso que aconteceu. Há pouco menos de um ano, como nos encontrávamos nessa situação, decidimos ficar reduzidos a uma só guitarra. Atualmente somos novamente cinco, e não podíamos estar mais satisfeitos.



O novo guitarrista, Chad, é brasileiro e tocava na banda Odyssey. Como foi que vocês conheceram ele e como ele entrou na banda?

O Chad veio morar em Portugal há pouco menos de um ano. Nosso vocalista soube que ele estava morando cá, pouco tempo depois conheceu ele, e passados alguns meses, perguntamos para ele o que ele achava de tocar no Day Of The Dead. Muito simples. Ele aceitou com agrado nosso convite, fizemos um ou dois ensaios, e tudo resultou muito bem. Ele já tem também alguma experiência, o que facilitou muito toda a adaptação.




'Old Habits Die Harder' saiu na Europa em vinil 7" polegadas pelo selo Best Times, mas com duas faixas a menos do que no cd. Quais foram as que ficaram de fora?

Boa pergunta. Não houve nenhuma razão específica. Penso que foi simplesmente pelo fato dessas oito não caberem num 7". Acho que foi uma questão aleatória.




Aqui no Brasil a cultura dos lançamentos em vinil resiste através dos pequenos selos e bandas de hardcore que adotam vertentes mais extremas e old school. E por aí, é viável o lançamento de materiais usando esse suporte ou o compact disc também impera?

Nem por isso. O preço para produzir vinil subiu muito nestes últimos dois anos. Tornou-se muito dispendioso prensar vinil. Claro que em determinados meios o vinil é quase uma coisa fetichista. Existe ainda um grande culto pelo vinil na Europa, principalmente ao nível da cena punk/hardcore e metal. Mas a grande maioria dos selos opta por lançar CD. Sai bem mais barato, e torna-se mais fácil recuperar o dinheiro investido, e de forma mais rápida. Lógico.




Como é adotar o modo de vida straight edge em Portugal, ou mesmo na Europa como um todo? Há convivência pacífica com defensores de outras ideologias ou há mais pessoas radicais que não conseguem conviver com as diferenças?

Penso que ser straight edge em Portugal é como em qualquer lugar do mundo. Quer dizer, a cena sxe portuguesa remonta já a finais dos anos 80. No início dos anos 90, com o aparecimento do X-Acto, ela enraízou-se fortemente na cultura punk/harcore local, sendo que hoje em dia a grande maioria das pessoas envolvidas neste meio sabem o que isso significa. O mesmo acontece na Europa. O sxe tem um espaço relativamente privilegiado na cena hardcore portuguesa. Não temos muitos problemas com isso.




E os públicos, se misturam? Rolam shows de bandas como Day Of The Dead e Fonzie, por exemplo, que também toca hardcore, mas de outra vertente?

Já rolaram mais. Em finais dos anos 90 (talvez em 98), quando o Fonzie começou a tocar, começou tocando originalmente em shows punk rock/hardcore D.I.Y. junto de bandas tipicamente hardcore como o X-Acto ou o New Winds, entre obviamente muitas outras. Depois, assim que o Fonzie começou a crescer, isso deixou de acontecer. Hoje em dia é muito pouco provável ver o Fonzie a tocar com bandas hardcore. Claro que rolam shows de bandas mais melódicas com outras mais punk, mais tough-core, mais thrash. Sem problema. Como o público não é muito, ele acaba se misturando, o que até é bom. Assim muitas bandas conseguem também chegar a mais pessoas, quer musicalmente, quer ideologicamente.




Algumas bandas brasileiras sofrem com a cobrança da imprensa e dos fãs que volta e meia exigem que suas letras sejam no idioma de Camões. E por aí, há esse tipo de cobrança pra cima de vocês também, que cantam em Inglês?

Penso que existe menos cobrança do que aí. Pelo menos que eu conheça. Claro que há muitas bandas que optam por cantar em português. Torna-se mais simples chegar a mais pessoas, a nível local. Por outro lado, a nível internacional, talvez não seja tão fácil chegar a tantas pessoas. Nós optamos pelo inglês porque é a língua mais universal. Quase todo o mundo hoje em dia percebe um pouco de inglês.




Como é a aceitação da banda em Portugal, tanto em termos de público nos shows como em relação a venda de discos?

Acho não nos podemos queixar. O Day Of The Dead tem recebido muito apoio desde o início da banda. Talvez por alguns dos elementos serem mais velhos, estarem envolvidos com a cena há mais tempo, talvez também por muitos deles terem tocado também em outras bandas. Enfim, mas para ser sincero, penso que só nos últimos dois anos é que atingimos um maior número de pessoas. Hoje, com a internet, você chega muito mais longe e de forma mais rápida. Em termos de venda de discos, obviamente vendemos algumas cópias, mas como Portugal é um país muito pequeno, acabamos talvez por não vender mais do que 300/400 cópias de cada disco novo aos moleques portugueses. Penso que acabamos por vender mais fora de Portugal.




E nos demais países europeus, vocês já tiveram a oportunidade de tocar?

Sim. Já tocamos em alguns países como Espanha, França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Suíça e República Tcheca. Ainda nos falta tocar em muitos mais.




Como foi a turnê americana do Day Of The Dead? Por quais cidades passaram e com quais bandas tocaram?

A turnê de duas semanas que fizemos junto com o Ruiner no passado mês de junho foi uma experiência única. Não tínhamos grandes expectativas, mas o certo é que a maioria dos shows lá, embora muitas vezes relativamente mais pequenos (tocamos em garagens para carros, em lojas de discos, em clubes normais, em squats mais punk), correram muito bem. As pessoas reagiram muito bem, vieram muitas vezes trocar impressões conosco sobre a cena portuguesa/européia. Vendemos quase todo o merch. Para além de estarmos em turnê com o Ruiner (que são uma grande banda e uns caras formidáveis), tocamos em Nova Iorque no lendário ABC no Rio junto com o Celebrity Murders (banda nova com caras do Kill Your Idols e do Most Precious Blood), tocamos em Daytona Beach na Flórida, bem perto da praia, junto com o Dead Hearts, tocamos num festival em Cambridge, nos arredores de Boston, junto com o Slapshot, o Have Heart, o For The Worse. Estivemos nas cataratas do Niágara, em New Jersey, no Tennessee. Enfim, foi uma experiência única.




Falando em turnês, como estão as tratativas para a vinda de vocês ao Brasil? A previsão é que vocês estejam por aqui em janeiro de 2006, não é?

Sim. Segunda quinzena de 2006. Devemos estar por aí durante duas semanas. O Fábio da Caustic já está promovendo a turnê e marcando os shows. Devemos tocar na Verdurada. Estamos muito contentes por finalmente poder ir tocar no Brasil.




Quais são as bandas brasileiras que vocês mais apreciam? Alguma delas poderia ser citada como influência do Day Of The Dead?

São tantas... Talvez poderia citar o Self-Conviction, o Point Of No Return, o Confronto, o Odissey e o Colligere.




E quais delas você poderia afirmar com certeza que são sucesso em Portugal? A gente fica sabendo de algumas coisas por aqui, mas às vezes a informação chega um tanto quanto distorcida.

Bem, o maior fenômeno em Portugal é com certeza o Ratos de Porão. Sem dúvida. Todos os moleques daqui que gostam de punk e hardcore conhecem o Ratos. O Discarga é conhecido, o Colligere também, o Point Of No Return, o I Shot Cyrus. O Brasil tem bandas muito boas.




Conte mais sobre o tributo português ao Misfits, do qual vocês participam. Qual faixa vocês escolheram para homenageá-los, e qual foi o motivo da escolha?

A faixa escolhida foi "Attitude". Para além de ser uma música de que gostamos muito, achamos também que a nível de conteúdo essa letra se enquadra muito bem no espírito da banda. Claro que gostamos de muitas outras músicas do Misfits, mas optamos por uma música mais simples e direta. Penso que acabou por resultar bem.




E o split com a banda americana Ruiner, sai quando, final do ano mesmo, como você falou antes? Há previsão de lançamento desse material, assim como o tributo ao Misfits no Brasil?

O split com o Ruiner deverá estar pronto lá para o final do ano sim. Vai ter duas faixas de cada banda. O artwork foi feito por um cara muito legal da Carolina do Norte chamado John Henry, que é tatuador numa pequena cidade chamada Sylva, cara que conhecemos na turnê norte-americana. Penso que ficou bem legal! Para já, ambos os discos só têm uma prensagem agendada. Mas quem sabe se não se poderá arrumar uma edição de ambos aí no Brasil. Seria legal que o pessoal daí tivesse acesso a este material.




OK Nuno. Esperamos que vocês possam estar tocando por aqui em breve. O espaço agora está liberado para você deixar a sua mensagem final para os nossos leitores.

Muito obrigado pela entrevista. Muita força para o Fuckk! Vemo-nos aí no Brasil no próximo ano. Quem estiver interessado em ajudar na turnê do Day Of The Dead, basta que entre em contato com o Fábio da Caustic Records. Abraço forte desde Portugal.



. Links Relacionados:

× Site oficial » www.dayofthedeadhc.com
× MP3 (MySpace) » www.myspace.com/dotd
× Gravadora no Brasil » www.xcausticx.com
× Hotsite da Tour no Brasil » www.xcausticx.com/deadtour


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Retirado do site Fuckk The System...

http://www.fuckkk.com.br/


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1:11 da manhã  

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