quinta-feira, agosto 02, 2007

Aqui D'El Rock - entrevista no blog 'Hoje Há Punk Rock No Liceu'

A mítica banda Aqui D'El Rock foi motivo de conversa, numa entrevista feita aos elementos do extinto projecto, da autoria do blog 'Hoje Há Punk Rock No Liceu'...

Entre vários assuntos, aborda-se a primeira edição punk duma banda portuguesa, feita pela banda com "Há Que Violentar O Sistema" (single-vinil editado em 1978, recentemente reeditado), em diversos momentos ao vivo como na primeira visita de uma banda punk britânica a solo português (os famosos Eddie And The Hot Rods, proclamadores do 'Do Anything You Wanna Do", também em 1978 em Cascais) e muito mais.

Podem e devem aceder ao blog, para ler a entrevista na íntegra, clicando aqui!

São coisas... e loisas.

2 Comments:

Blogger Billy said...

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Fica aqui a entrevista publicada no blog em...

http://rocknoliceu.blogspot.com/2007/07/aqui-del-rock-entrevista.html






Sexta-feira, 27 de Julho de 2007
Aqui d'el-Rock : a entrevista


Eis a primeira entrevista feita pelo Blog e logo com os Aqui d'el-Rock , os pais do Punk em Portugal , num total de 14 questões. Agradeço aos Aqui d'el Rock a disponiblidade que tiveram para dar a entrevista. Esta será a primeira de muitas entrevista que pretendo fazer , por isso em breve haverá outra entrevista e em principio com outra banda tuga.



P1 - Os Aqui d’el-Rock deixaram um legado importante na música portuguesa, sendo a primeira banda punk a editar um single em Portugal. Sentem que nos dias de hoje há o reconhecimento devido aos Aqui d’el-Rock?

R1 - O projecto Aqui d’el-Rock nunca foi da simpatia da comunicação social. Mesmo na actualidade, os críticos musicais do mainstream tem muita “dificuldade” em perceber e aceitar, a importância desse legado.


P2 - Antes de surgirem com o nome de Aqui d’el-Rock, eram uma banda de rock progressivo. A que se deveu essa mudança do Progressivo para o Punk?

R2 - Isso não foi bem assim. O que aconteceu foi que 3 dos elementos que fundaram os Ad’R já tocavam juntos numa banda que fazia covers. Nessa época em Portugal, era quase impossível fazer originais a não ser que fosse para tocar para uns quantos amigos. Mas a maioria dos temas que se recriavam, nem sequer tinham a ver com esse estilo. Depois e como tínhamos uma vontade enorme de produzir material original e como nos identificámos de imediato com o espírito do movimento punk em Inglaterra, essa mudança aconteceu naturalmente.


P3 - Que bandas influenciaram os Aqui d’el-Rock?

R3 - Logo no início, cada elemento punha no trabalho de conjunto aquilo que haviam sido as suas influências e referências pessoais de uma forma muita básica e sem grandes preocupações com o que se estava a fazer no meio punk. Com o decorrer do tempo, houve uma maior necessidade de nos relacionarmos com o que nos rodeava e aí houve um período em que nos influenciaram bandas como os The Clash, Television, Talking Heads entre muitas outras, ou artistas já consagrados como o David Bowie, Lou Reed, etc.


P4 - Quando surgiram como Aqui d’el-Rock, a palavra “Punk” tinham algum significado para o meio musical Português?

R4 – O significado era idêntico ao de hoje – provocadores que só sabem fazer barulho.
Importância teve muito pouca, até porque o punk teve uma fraca expressão em Portugal.


P5 - Já existiam os Faíscas? Que mais podem contar sobre esses tempos dos primórdios do punk em Portugal?

R5 – Os Faíscas surgiram para aí um dia antes ou dia depois de nós. Nunca se conseguiu apurar o facto com precisão. Algumas das coisas que tínhamos para contar estão já alguma tempo descritas no historial do site dos Ad’R em http://www.aquidelrock.pt/.


P6 - Tocaram muito ao vivo, fizeram inclusive algumas primeiras partes de grupos estrangeiros. Que memórias guardam desses concertos?

R6 – Na maioria foram bons momentos. Nas salas pequenas ou na província, havia um acolhimento e as recepções eram calorosas e frenéticas. Chegávamos a fazer para cima de meia dúzia de encore’s.
Houve no entanto um caso (Lene Lovich, Dramático de Cascais), em que fomos recebidos à tomatada - de acordo com a norma habitual do pessoal que frequentava o espaço para com as bandas lusas, que faziam as primeiras partes de artistas estrangeiros.


P7 - E o concerto com os Eddie & The Hot Rods em 1978 (considerado o primeiro concerto em Portugal de uma banda punk estrangeira) em que fizeram a primeira parte, esse concerto teve algum impacto?

R7 - Teve impacto e teve um mérito, que foi o de forçar a que os organizadores de concertos em Portugal passassem a obrigar os estrangeiros a partilharem o PA com os portugueses, quando estes fizessem as primeiras partes. Nesse espectáculo nós tivemos de alugar o equipamento aos Tantra e o facto de estar tanto material em uso criou grandes problemas.


P8 - Quais os momentos mais marcantes como Aqui d’el-Rock?

R8 - Houve vários, felizmente. Podemos salientar entre outros, as actuações no Brown’s com os Faíscas e os UHF devivo à particularidade do espaço e do ambiente criado. A 1ª parte da Lene Lovich no Infante de Sagres, no Porto, onde tivemos um som impecável - o que era muito difícil de acontecer na altura - e onde o público se entusiasmou ao ponto de obrigar a que tocássemos para lá da meia hora regulamentar para os portugueses, etc, etc.


P9 - O nome dos Aqui d’el-Rock aparece ligado ao mundo Killed by Death (em que existe um coleccionismo fervoroso por bandas punk). Julgam que foi o surgimento dos Ad’R nessas colectâneas KbD que fez renascer o interesse pelos Aqui d’el-Rock?

R9 – Não te sabemos responder. Terá com certeza, contribuído para isso.


P10 - Como é que surgiu o interesse da Rave Up (editora Italiana), em editar o EP dos Aqui d’el-Rock?

R10 – Como é sabido, a Rave-Up é uma editora que se especializou na edição/reedição de discos em vinil de bandas da área do punk da década 70. Por via da Internet, acabamos por ser contactados pelo responsável e o Pier propôs-nos a edição do EP. Naturalmente aceitamos até porque coincidia com o 30º aniversário da fundação do grupo.


P11 - Visto que os discos dos Aqui d’el-Rock quando vão a leilão (Ebay), geralmente acabam nas mãos dos coleccionadores estrangeiros, julgam que o nome dos Aqui d’el-Rock é mais reconhecido no estrangeiro do que em Portugal? A que se deve isso… maior poder de compra ou maior interesse por parte do pessoal lá de fora?

R11 – Com certeza que o interesse de estrangeiros nos Aqui d’el-Rock, prende-se ao peculiar facto de ter havido uma banda portuguesa ligada ao fenómeno punk, a gravar em plena época do seu rebentamento – meados dos anos 70. O poder de compra ajuda muito os que na sua cultura musical têm uma forte ligação ou interesse nesse acontecimento.


P12 - Que bandas portuguesas têm ouvido nos últimos tempos?

R12 – Não temos tido tempo para ouvir o que se faz por cá. Também é verdade que estamos quase que desligados do meio musical português. Estivemos mais de 20 anos afastados e isso fez-nos perder os contactos e as ligações.


P13 - Existem gravações de inéditos dos Aqui d’el-Rock?

R13 – As gravações que existem, pelo menos as do nosso conhecimento, são as que conseguimos recuperar à pouco tempo de umas cassetes encontradas no sótão e que foram captadas em ensaios.


P14 - Projectos para o futuro? Existe a possibilidade de num futuro próximo, de voltarmos a ouvir falar dos Aqui d’el-Rock?

R14 – Se o que queres saber é se os Aqui d’el-Rock voltarão a tocar ou produzir musica, respondemos que não. Tivemos já vários convites para que tal acontecesse, mas recusámos. Os Ad’R tiveram o seu tempo. Não nos faz qualquer sentido, recuperar a sigla apenas para eventualmente ganhar uns cobres, ou para armar figura e aparecer nos media como palhaços.
À cerca de ano e meio, os 3 elementos que formaram o núcleo central dos Ad’R (Fernando, Oscar e Serra), fundaram o projecto “há alma” (http://www.haalma.pt/), onde lentamente e no pouco tempo disponível, se propõe a recriar uma boa parte do tal material que se conseguiu sacar das cassetes de que se falou atrás. É aí que nós pretendemos falar e ligar no futuro, ao passado dos Aqui d’el-Rock.
Aqui d'el-Rock/há alma http://www.aquidelrock.pt/ http://www.haalma.pt/




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1:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Se as tais cassestes contêm o que se tem ouvido dos Há Alma ,mais valia deixarem-nas no sótão.
Se gravassem temas punk ,com a qualidade dos singles,talvez ainda fossem respeitados hoje em dia.
O punk não vai perder nunca um sentido,porque o sistema vai ser sempre o mesmo e as injustiças e dificuldades idem idem aspas aspas.
É mais fácil viver na sombra de um nome do que assumir a revolta.

Cumprimentos

Carlitos

11:22 da manhã  

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