sexta-feira, julho 11, 2008

Gogol Bordello no Alive 08 - festa gypsy punk em palco

Decorreu ontem, dia 10 de Julho o primeiro dia do festival Alive que se realiza em Algés...

Com muito calor e sob um bombardeio sonoro dos vários espaços deste evento, assistiram-se a bons concertos, cheio de energia e com grande garra...

Os Gogol Bordello actuaram pela terceira vez no nosso país no palco principal...

Notou-se claramente que a banda com elementos ucranianos a residir nos E.U.A iria conquistar tudo e todos...

Desde os primeiros acordes que a festa se instalou no palco com Eugene Hutz a comandar as tropas a um ritmo frenético e por vezes avassalador, com a sonoridade da banda a agitar as milhares de pessoas que não queriam perder tão ferveroso espectáculo...

O violinista salta, corre e agita-se como se fosse um puto de 20 anos, as percursionistas saltitantes percorrem o palco de uma ponta à outra, com uma coreografia cativante ao ritmo dos temas...


O baterista, guitarrista e baixista 'seguram' todos os ritmos com uma competência irrepreensível (o baixo chega mesmo a ter uma pujança marcante).

Eugene segura numa garrafa de vinho tinto, enquanto se agita perante a multidão (entornando metade da dita cuja sem querer) com frequentes galanteios ao nosso país... é o perfeito 'frontman' agitador que puxa pelo pessoal, não dando descanso entre os temas.

Na sua guitarra estava escrito "Drum Machines Don't Have Soul"... ele lá sabe!

A banda consegue traduzir aquilo que de melhor a 'world music' consegue fazer pelo punk rock (ou vice-versa) com uma fusão acutilante e inigualável, numa mistura jamais vista, com um som bem actualizado...

Aliás, a melhor imagem para descrever a sonoridade dos Gogol Bordello é mesmo traduzindo os 'Pogues à porrada com The Clash', numa esquina de Londres...

O caricato vocalista aborda o público com umas frases em português (com sotaque brasileiro, mas ninguém se importa) e incita o pessoal à agitação, ao descontrolo e ao caos sonoro (inclusive com a eufórica performance na sua guitarra, partindo várias cordas).

Alguns temas ficaram por tocar, inclusivamente o badalado "Immigrant Punk"...

Mas ninguém parace se importar com isso, está tudo em festa, ao som do violino speedado que dá o mote para a marcação desenfreada da bateria...

Esta é a melhor combinação world music/punk rock alguma vez vista ao cimo da terra e só mesmo uma banda com elementos de diversas nacionalidades para o comprovar e arrastar tantos fãs numa noite tão quente como esta...

O concerto só terminou mesmo quando apagaram as luzes de palco à banda e cortaram o som, perante o rejúbilo da multidão que ansiava por mais e mais...

Gogol Bordello é sinónimo de festa rija, regada a vinho e boa disposição, facto pelo qual já conquistaram tanta gente, especialmente com os vários discos lançados (o primeiro em 1999) e as actuações realizadas no nosso país, no festival Paredes de Coura e FMM Sines...

E quando Eugene gritou 'Start Wearing Purple', parece que toda a gente obedeceu...

Era o culminar da festa gypsy punk... a seguir vinham os The Hives e os Rage Against The Machine. Noite do caraças...


2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

"Esta é a melhor combinação world music/punk rock alguma vez vista ao cimo da terra e só mesmo uma banda com elementos de diversas nacionalidades para o comprovar e arrastar tantos fãs numa noite tão quente como esta..."



Errado, meu caro Billy. Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra são bem superiores. O concerto de Janeiro deste ano no Coliseu bem o provou. Só foi pena o som estar bastante mau, porque de resto os TNSO provaram o porquê dos Gogol os terem copiado com sucesso.
Hives para mim foram os reis da noite, muito bons em disco e EXCELENTES em palco, já em Abril o demonstraram, também no Coliseu.
Conseguem ser superiores a 90% das bandas punk de agora, com a mistura garage/punk, neste último disco com uns pós de electrónica em cima bem metidos. Espero que continuem a brindar o pessoal com o paleio à Mourinho e Rock'n'Roll simples e eficaz.
RATM dispenso a cantilena ideológica, podre e demagógica. Foi um belíssimo concerto e ainda bem que falaram pouco, porque aquela treta toda sobre o Saramago meteu nojo. Tom Morello foi o homem da noite, mas que grande guitarrista, f*da-se!


Bem hajas.

6:52 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Em relação aos The H.I.V.E.S subscrevo tudo aquilo que disse o camarada zé nuno operário e acrescento que quem vê um concerto como aquele numa noite terá pouca vontade de ver outra banda de seguida (a não ser que seja uma excepção daquelas que os Rage para mim não representam...de todo!).
Já relativamente a Gogol Bordello não partilho a mesma opinião. Acho que dentro daquilo a que se propuseram se tornaram no expoente máximo do género, porque a dinâmica que têm em palco nada fica a dever à No Smoking Orchestra (pelo contrário). Também vi 2 concertos de K. & TNSO no Coliseu e não consigo considerar nenhuma dessas actuações melhor do que a que vi na 5ª feira em Algés. Gogol Bordello conseguem mesmo ser mais expontâneos e manipuladores para quem os vê pq Kusturica & TNSO actua dentro de uma teatralidade mais pensada e ensaiada. Ao contrário, Gogol Bordello é assim, a abrir, como sai e com o feeling que se viu. Decididamente foram GRANDES... The Hives EXCELENTES. Ponto.
Sobre RATM apenas tenho a dizer que gostei do som que estava e da pujança com que entraram, mas (in)felizmente só assisti às 4 primeiras musicas pq a essa altura já estava morto (com a "cacetada" da véspera que me tinha sido administrada por Slayer, Iron Maiden, Rose Tattoo e Tara Perdida) e tinha de ir trabalhar cediiiiiinho no dia seguinte.
Numa palavra só: Gostei! SBSR e Alive estão de parabéns por 2 noites alternativas ao mais alto nivel!
Saúde a todos e um abraço especial ao Billy.

12:09 da manhã  

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